Recebemos
na semana passada um pacote de contratos, termos aditivos e relatórios
de gastos do governo federal com publicidade. Os dados são
estarrecedores e mostram como funciona a engrenagem de propaganda de
Bolsonaro, o capitão cloroquina.
Você
deve ter visto a matéria que publicamos mostrando como Jair entregou
mais de R$ 11 milhões ao Google, entre maio de 2019 e julho de 2020. É
importante demais que você entenda como funciona esse pagamento. O
governo paga para que anúncios sejam mostrados em diversos sites,
inclusive para aqueles de extrema direita que são alimentados
diariamente por fake news e outras barbaridades. Esses anúncios são
gerados pelo sistema AdSense e são essas propagandas aleatórias e
absurdas que você vê em praticamente todas as páginas da internet. Mas nunca viu no Intercept.
A
mamata alimenta também o Facebook, outro gigante global que lucra com
discurso de ódio, ataque aos direitos humanos e mentiras como a da
mamadeira de piroca. Para a empresa do Zuckerberg o governo federal
destinou singelos R$ 5,2 milhões.
Mas
os relatórios não mostram apenas pagamentos para empresas de
tecnologia. Tem de tudo: jornal, rádio, imprensa regional, grupos que
gerenciam salas de cinema. Como todo governo populista, a gestão
bolsonarista distribui para muitos veículos com o objetivo de alimentar
sua máquina ideológica. Enquanto a saúde e a educação seguem com
demandas urgentes não atendidas, para fazer propaganda deste governo
genocida, os cofres públicos largaram R$ 17,3 milhões com o grupo
Record, R$ 15,8 milhões com o SBT e R$ 11,8 milhões com o grupo Globo em
apenas três meses.
É
no mesmo terreno desses gigantes que o Intercept ousou fazer
jornalismo. Não tem AdSense no nosso site, não tem cookies clandestinos e
aleatórios que roubam seus dados, não tem anunciante e não tem verba
federal. O que nós temos ao nosso lado são milhares de pessoas que
acreditam na mesma missão: fazer jornalismo realmente independente que
vai pra cima dos poderosos. Sejam eles do governo de extrema direita,
sejam eles os donos dos grandes conglomerados de comunicação. |
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